Uma traição chamada Pym. Memórias de Thatcher revelam intrigas e acordos secretos

A história da disputa entre a antiga primeira-ministra britânica e o ministro Francis Pym é contada pela mão da própria, em 128 páginas manuscritas reveladas agora. O ministro colaborava com os americanos nas suas costas.
Durante a guerra das ilhas Malvinas que opôs o Reino Unido à Argentina, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânicos terá colaborado com os Estados Unidos à revelia de Margaret Thatcher. É o que revelam as memórias da antiga primeira-ministra, só agora publicadas.
O texto de 128 páginas, que pode ser consultado na íntegra tanto na versão manuscrita como na versão transcrita aqui, mostra que o ministro, Francis Pym, chegou mesmo a virar os restantes ministros contra a primeira-ministra num dos momentos da guerra das ilhas Malvinas em 1982, o que a deixou furiosa.
O historiador da Fundação Margaret Thatcher, Chris Collins, disse ao The Guardian que a descrição dos confrontos com o ministro dos Negócios Estrangeiros representa a parte das memórias com maior valor histórico, visto que os restantes membros do gabinete de ministros foram elogiados por Thatcher nesse texto.
“Ao espreiar as páginas das memórias, surge o pensamento desconfortável da perspetiva de Margaret Thatcher de que o ministro dos Negócios Estrangeiros estava a combinar-se com os americanos para a contornar durante a fase da diplomacia na ilha das Malvinas, e não sem sucesso”, disse Chris Collins.
A ex-primeira-ministra descreve, nas suas recordações que foram escritas no ano a seguir à guerra, dois momentos principais em que ela e Francis Pym colidiram. O primeiro aconteceu ainda no princípio do conflito nas Malvinas, quando Pym voltou dos Estados Unidos com propostas de paz feitas pelos americanos.
fonte: DN